Projeto de Fotografia Artesanal Pinhole - Lata Mágica. EMEF ATÍLIO PIZZOL
O Projeto de Fotografia Artesanal Pinhole - Lata Mágica realizado
pela Escola de Ensino Fundamental “Atílio Pizzol”- São João de Viçosa - VNI - possibilita
aos alunos do 4° ano / Fundamental I, a técnica fotográfica artesanal, conhecida
como 'pinhole’ que da qual se obtem uma imagem a partir de um furinho de agulha.
Os alunos aprendem na
prática os princípios da fotografia e encantam-se com a possibilidade de pequenas
latas de leite em pó transformarem-se em máquinas fotográficas.
Acostumados
com a tecnologia, às vezes não se pensa sobre o funcionamento das “coisas”.
Dessa forma o projeto proporciona fazer uma viagem no tempo, conhecer o mundo fantástico da câmera
fotográfica desvendar, descobrir e experimentar
um pouco mais dessa arte, sua técnica e história.
O projeto reabilita uma técnica ancestral e procedimentos antigos para
captura, leitura e apreciação das imagens, conteúdo teórico envolvendo várias
áreas de conhecimento, construção de visores (câmara escura), experimentação
com câmeras artesanais, saída fotográfica refletindo sobre o lugar onde mora, montagem
de laboratório e revelação química das imagens.
Através da fabricação de uma câmera artesanal e a obtenção de imagens a
partir dela, foi possível desmistificar o funcionamento da máquina e permitir
uma nova forma de compreensão do fazer fotográfico.
HISTÓRIA DA IMAGEM FOTOGRÁFICA
Há muitos anos as pessoas que queriam ter um
retrato encomendavam uma pintura, um desenho ou uma escultura a um artista. A
pessoa retratada tinha que ficar parada muitas horas, posando e o artista precisava ter muita habilidade para
conseguir a semelhança.
Uma das formas utilizadas para a realização
dos retratos era o uso da câmera escura.
Tratava-se de uma caixa revestida ou pintada por dentro de preto, com um pequeno orifício, por meio da qual a luz de um objeto luminoso ou iluminado entrava e projetava na parede oposta, a imagem desse objeto invertida, de forma bidimensional e realista, restando ao artista fazer o contorno da imagem projetada.
Tratava-se de uma caixa revestida ou pintada por dentro de preto, com um pequeno orifício, por meio da qual a luz de um objeto luminoso ou iluminado entrava e projetava na parede oposta, a imagem desse objeto invertida, de forma bidimensional e realista, restando ao artista fazer o contorno da imagem projetada.
Os artistas usavam as projeções de imagens
feitas com a câmera escura como base para execução de desenhos e pinturas de
objetos ou pessoas, desde o tempo da Grécia antiga.
Observe na ilustração a seguir.
Foi pelo fascínio do ser humano pela arte e
na tentativa de obter uma imagem mais rápida e fiel à realidade, que desenvolveu-se
a fotografia. A invenção dela não pode
ser atribuída somente a uma pessoa. Ao longo de séculos, graças aos
experimentos desenvolvidos por dezenas de cientistas, técnicos, matemáticas,
ópticos, astrônomos, físicos, químicos e artistas a fotografia chegou ao que é
hoje.
Figuras como:
Aristóteles (Câmara escura solar/Chineses), Roger Bacon (Câmara escura para
observar eclipses), Robert Boyle (Cloreto de Prata) e Leonardo da Vinci (descrição
de imagem invertida em uma câmara escura), marcam participação na constituição
da imagem como a temos.
A fotografia só
foi possível graças à descoberta de substâncias fotossensíveis, isto é, substâncias
sensíveis à luz. Os materiais fotossensíveis foram associados ao uso de um
engenho que os artistas utilizavam há muito tempo e o primeiro mecanismo que serviu de base para a
invenção de máquina fotográfica: a
chamada câmera escura.
Destaque-se
o físico francês Nicéphore Niépce (1765-1833), que após dez anos de tentativas
conseguiu registrar uma imagem, e da janela de sua casa surgiu a primeira “fotografia” do mundo, uma cena um
pouco vaga e sem definição de uma paisagem.
A imagem produzida em 1826, numa placa de
estanho coberta com um derivado fotossensível de petróleo (chamado Betume da Judeia), foi produzida com uma câmera escura, com
cerca de oito horas de exposição à luz solar, utilizando compostos sensíveis a
luz que eram os elementos que faltavam. A palavra “fotografia” vem do grego e
significa “desenhos de luz”. Chama-se
assim porque as imagens são conseguidas utilizando-se luz e alguns materiais
especiais, como um rolo de filme para fotos, papel fotográfico ou tecnologia
digital, que se tornam mais escuros com a luz.
FUNCIONAMENTO
DOS OLHOS
A câmera fotográfica é uma imitação “barata”
dos olhos, porque utiliza uma técnica que se assemelha ao funcionamento do olho
humano, ou seja, capta a imagem e inverte.
Enquanto a câmera escura tem formato
retangular, a estrutura básica de olho humano tem forma de globo.
De modo simplificado, podemos dizer que ao focar um objeto esse pontinho
preto (pequeno orifício responsável pela passagem da luz que controla a
intensidade dos raios luminosos provenientes de um objeto) bem no centro do
olho (a pupila) se abre, deixando um feixe de luz entrar, o qual penetra no
globo ocular atravessando o cristalino e a córnea (que funcionam como lentes) e,
assim, uma imagem invertida do objeto é formada no fundo do olho (na retina).
Essa imagem é focalizada invertida, e o cérebro rapidamente processa e faz o
ajuste, de modo que acabamos vendo os objetos na posição original.
CÂMERA
ESCURA: O PRINCÍPIO DA FOTOGRAFIA.
Para fazer uma fotografia é necessário, em
primeiro lugar, uma máquina fotográfica. Apesar de existirem muitos tipos, por
dentro todas são parecidas. O principio é sempre o mesmo: a Câmera Escura.
É uma aparelho óptico baseado no princípio de
mesmo nome, o qual esteve presente na base da invenção da fotografia no início
do século XIX. É uma caixa vedada com um minúsculo orifício em um dos lados.
Quando esse orifício é apontado para uma cena iluminada, a luz o atravessa e
uma imagem invertida se forma no lado oposto da caixa.
A imagem invertida é um fenômeno físico. O que acontece é que os raios
de luz da imagem (reflexos da luz branca – natural) se cruzam, ou seja, os
raios da parte de cima se cruzam com as da parte de baixo da imagem invertida
no interior da câmera.
A câmera escura significa “quarto escuro”, consiste em
uma caixa escura, com um pequeno orifício em uma face, que possibilita a
projeção da imagem invertida na parede oposta dentro de um quarto, local onde o
artista entrava e realizava o contorno das imagens projetadas como na imagem
acima. Com o passar do tempo para facilitar o manuseio desenvolveram uma câmera
escura menor e portátil, além de incluírem lentes para melhorar a visualização
das projeções.
O conhecimento do princípio ótico da câmera escura é
atribuído ao chinês Mo Tzu no século V a.C e posteriormente ao filósofo grego
Aristóteles (384 – 322 a.C.) como responsável pelos primeiros comentários
esquemáticos da câmera obscura. Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a
imagem do sol, em eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua
ao passar seus raios por pequenos espaços entre as folhas. Ele já observava que
quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem projetada. A câmera
escura era utilizada para observações astronômicas e de eclipse possibilitando
proteger os olhos dos raios solares, sem prejudicá-los.
Na época da renascença, o compartimento
totalmente escuro com um pequeno orifício servia ao registro de imagens
usualmente para realização e processo de desenho ou auxílio nas pintura como
molde.
Quando as imagens dos objetos iluminados
penetram num compartimento escuro através de um pequeno orifício e se recebem
sobre um papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se no
papel, os objetos invertidos com as suas formas e cores próprias.” Leonardo da Vinci
A câmera
escura era utilizada por vários artistas,
inclusive pelo próprio Leonardo Da Vinci, para desenho de perspectivas de
catedrais, retratos e de paisagens em proporções fieis.
FOTOGRAFIA PINHOLE
Pinhole é uma
palavra inglesa que significa “buraco de agulha”. Uma câmera tipo Pinhole pode
ser feita com uma simples lata. Basicamente, uma Pinhole é uma câmara escura
com um furinho em um dos lados feito com uma agulha e com um papel fotográfico
sensível a luz preso no outro. Ao se abrir o furinho, a luz penetra na câmara e
fixa a imagem no papel fotográfico por meio de uma reação química entre a luz e
a película (sais de prata) existente no papel fotográfico. Portanto é um processo fotográfico artesanal, no qual
se trabalha sem a utilização de uma máquina fotográfica convencional, somente
um ambiente oco (lata de leite em pó), vedado de luz e com um pequeno furo de
agulha em um dos lados sem a presença de lentes, utilizando algum material
fotossensível e os produtos necessários à revelação.
Por isso é preciso de um tempo maior de exposição
a luz, porque como o furo é pequeno (sem lentes), a luz que entra é muito
reduzida, e a sensibilidade do papel é baixa.
Já o papel fotográfico é um material que
quando em contato com a luz escurece ou muda de cor. Para ver as zonas do papel
que ficaram escurecidas, é preciso revelá-lo.
A fotografia revelada possui características de
luz “dura” ou seja, sombras bem definidas, apresentando grandes contrastes em
preto e branco.
A imagem fica em negativo, ou seja, a imagem
na qual a luz foi projetada, fica invertida em relação ao modelo, o que é
escuro aparece claro e o que é claro aparece escuro. Assim, os locais que
irradiam mais luz (branco) sensibilizam mais o papel e ficam mais pretos,
enquanto que os que não irradiam luz nenhuma (preto) continuam brancos no papel
fotográfico.
As imagens apresentam ângulos de visão
diferentes e distorções em função do formato da lata e do papel fotográfico,
apesar disso ela é um encantador suporte de expressão artística.
A pinhole é a arte do imprevisível por não
ter visor para enquadramento. O resultado sempre será uma surpresa e é
justamente onde reside uma das maiores potências da pinhole: o acaso.
Imagem 1 - Fotografia Negativa obtida com câmera artesanal sem lentes a partir de lata de leite em pó vazia. A imagem invertida em relação ao modelo.
Imagem 2 - Fotografia Positiva - Imagem negativa digitalizada em software e
transformada em positivo, correspondente
ao modelo.
Sabe como uma máquina fotográfica funciona?
Como é a imagem formada na câmera escura?
Compare a câmera escura com a máquina
fotográfica e com o olho humano. Indique semelhanças e diferenças.
Para acessar outras fotografias exclusivas do Projeto
Lata Mágica, click aqui.
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